O Condephat (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de Tatuí) aprovou projeto de preservação da Capela da Santa Casa, conforme defendido pelo vereador Marquinho de Abreu. A solicitação vem sendo feita pelo parlamentar há tempos, por meio de requerimentos ao conselho.
A votação aconteceu no dia 13 de agosto, durante a terceira reunião ordinária de 2020, de forma virtual. Entre as pautas apresentadas, o conselho aprovou também, em caráter municipal, o tombamento do edifício-sede do Museu Histórico “Paulo Setúbal”. Capela e Museu são considerados, a partir da deliberação, como patrimônios históricos e culturais de Tatuí.
O diretor municipal de cultura, gestor do MHPS e presidente do Condephat, Rogério Vianna, contou que o conselho municipal já estava realizando trabalhos voltados ao tombamento do prédio centenário que abriga o museu e da capela do hospital público antes da pandemia.
Vianna informou que, quando qualquer munícipe solicita o tombamento de um edifício, o conselho tem de fazer um levantamento histórico com a planta, sobre o engenheiro que executou a obra e um memorial descritivo.
“Este complexo percurso acabou atrasando um pouco o trabalho do conselho. Porém, apesar da pandemia, ele nunca esteve paralisado. As comissões se mantiveram ativas, sempre em encontros virtuais, buscando as informações necessárias”, garantiu o presidente.
De acordo com Vianna, os edifícios são, “sentimentalmente”, considerados patrimônios históricos do município, no entanto, a aprovação desta semana oficializa o entendimento favorável do Condephat. “Este é o primeiro passo para que possamos oficializar, por meio de lei, o tombamento”, indicou.
Neste momento, toda a documentação levantada pelo conselho será encaminhada à Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos para elaboração de um projeto de lei a ser enviada à Câmara Municipal. Com uma possível aprovação por parte do Legislativo, o documento retorna ao Executivo para eventual sanção da prefeita Maria José Vieira de Camargo.
Durante a reunião, o Condephat também aprovou, após cerca de três anos de pesquisas, o documento do cadastro de imóveis de interesse cultural. Segundo Vianna, são locais que “merecem um olhar mais cauteloso quanto a eventual alteração arquitetônica”.
O conselho elaborou uma lista de imóveis, anexado ao documento-base para servir como referência de pesquisa. O objetivo é que o documento permita que “os imóveis, não presentes neste levantamento inicial, sejam submetidos a uma análise minuciosa quanto ao valor cultural”.
A seleção, assinada por Maíra Camargo Barros e Almeida, teve a participação do grupo técnico composto pelos conselheiros Ragugnetti Filho, Rafael Halcsik Coutinho e o secretário municipal de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli. Agora, ela será encaminhada para apreciação dos Poderes Executivo e Legislativo.
Conforme o presidente do conselho, o documento buscou contemplar edificações de diferentes características arquitetônicas, desde imóveis de características clássicas até aqueles que contêm traços de modernidade, com diversas dimensões, tipologias e usos.
“São imóveis que possuem uma arquitetura diferenciada e uma estrutura que agradam as pessoas. Não é um tombamento, mas uma orientação para que as pessoas, antes de fazerem uma reforma ou manutenção, procurem o conselho, mantendo uma estrutura adequada”, declarou.
“O documento apresenta a importância de manter viva a história tatuiana através da arquitetura. Nosso interesse é valorizar o bem patrimonial e histórico do município”, complementou Vianna.
Em julho, deste ano Marquinho voltou a pedir o tombamento da capela da Santa Casa de Misericórdia. Há cerca de um ano, ele apresenta requerimentos à prefeitura e a conselhos municipais para que a capela receba o reconhecimento, por meio de decreto municipal, de patrimônio histórico, cultural e religioso de Tatuí.
Desde a construção, há cerca de quatro décadas, a capela é utilizada pela população que passam pelo hospital. A atual Paróquia Sagrada Família foi originada a partir da capela, desenvolvendo atividades como celebrações, missas, batizados, casamentos, catequese de crianças e adultos e reuniões de pastorais.
A capela é administrada pela Família Vicentina de Tatuí, por meio de conselhos particulares. Ao longo dos anos, a entidade promoveu diversas campanhas para revitalização e manutenção do local, com auxílio de inúmeros benfeitores.
Conforme Abreu, “a capela é um símbolo cultural e religioso do município e que resgata a fé cristã do povo honroso, religioso e trabalhador”.
“O tombamento da capela da Santa Casa e sua preservação histórica, cultural e religiosa é uma aspiração de todos nós, tatuianos”, reforçou.
Ainda em julho, Abreu protocolou os requerimentos 679 e 680/20, endereçados à prefeitura e ao Comtur (Conselho Municipal de Turismo). Ao Executivo, ele pede informações sobre o andamento do processo de tombamento e cobra respostas ao conselho.
De acordo com o presidente, ele havia protocolado o requerimento 430/20, no dia 16 de março, mas não obteve resposta. Segundo ele, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) emitiu parecer favorável ao tombamento e aguarda posição do Comtur.
Fonte: Jornal O Progresso de Tatuí